quarta-feira, agosto 09, 2006

O que é o tempo?

Quando damos à costa terrena, por entre as inundáveis águas vertidas, damos inicio à contagem do tempo da nossa existência. Mas antes de nós já o tempo era contado. Depois de nós o tempo continuará a ser contado. Não tem início nem fim. É esta uma das maravilhas de Deus. Ao longo do tempo são amados, gerados e vividos infindáveis números de seres que com o passamento eterno dão prioridade a que outros façam a contagem do tempo.
Quando mal nos apercebemos… já passou… O que fazer? Nada. Não volta a trás… E ficará como ficou, nada se pode mudar. Ou talvez não. Talvez possa alimentar novas decisões para que os mesmos erros não sejam cometidos ou para que novas direcções sejam percorridas com maior segurança e perseverança.
Vivemos sem nos apercebermos que o tempo não volta a trás e só mais tarde é que damos conta disso, quando abrimos os baús da nossa existência. Baús reais e físicos e baús interiores e íntimos. Todos eles cheios de recordações, lembranças, boas e menos boas, que nos fazem regressar ao passado que já não é presente, que nos fazem lembrar cheiros e sabores de outros tempos, que nos fazem parecer mais novos… Mas tudo já faz parte da História e das inúmeras estórias que perfazem em conjunto a vida ou o tempo da nossa vida.
Damo-nos conta que afinal o tempo passa e não volta a trás. Para que permaneça em memória é necessário dar-mos algo de nós mesmos, é necessário sabermos viver esse tempo com realidade, consciência, maturidade, arriscando muitas vezes o impossível para que se torne acessível.
Há alturas no decorrer da nossa vida terrena que nos faz pensar nisto de forma a nos ajudar a amadurecer o futuro, para que não se dê demasiada importância a certos pormenores e menos a outros. Ajuda-nos a escolher com muito mais liberdade o caminho que pretendemos percorrer.
Abrir os baús da memória, retirar e guardar os momentos positivos e reaprender com os momentos menos bons (à nossa percepção), pode-se tornar num elixir que nos vai ajudar a acreditar que temos os pés bem assentes no Mundo, a valorizar os verdadeiros valores da vida e a perceber que existe Alguém que nunca nos abandona, que nos acolhe de braços abertos e nos manda fazer uma festa à nossa chegada e que nos pega ao colo quando caímos nas tentações e nas dificuldades da vida. Para muitos de nós esse Alguém é Deus que está sempre connosco. É nisto que devemos acreditar para que o nosso tempo seja contado com sabedoria e inteligência.
Cada momento que passa não volta mais, mas pode tornar-se uma eternidade… basta cada ser humano assim o pretender. Cabe a cada um descobrir como.