quarta-feira, agosto 22, 2007

Enfim... de regresso


Os encontros com o meu íntimo não estavam esquecidos, apenas desencontrados por algum tempo (meses?). De uma forma já esperada e até preparada a vida deu um pequeno/grande salto. Em vez de cogitar na primeira pessoa do singular passamos para a primeira pessoa do plural. Esse grande passo que o Homem, por vezes, tem necessidade de dar. Uma vida a dois é algo maravilhoso, que não deve ser descuidada nem vivida como se mais um entrou na nossa casa. O homem e a mulher unem-se e complementam-se para dar continuidade ao projecto de Deus para a humanidade: "Crescei e multiplicai-vos". E esta multiplicação não é apenas fisica, tem algo de espiritual e transcendente, isto é o amor... conhecer o outro, dar-mo-nos a conhecer, descobrir e redescobrir a vida, encontros e desencontros, um passo de cada vez e a grande caminhada vais-se fazendo. Um cai e o outro ampara. Um tem duvidas e o outro tenta esclarecer. Um erra e o outro perdoa. Um ama e é correspondido. Não é já um só, mas sim dois para este percurso de encontros e desencontros que é a vida... melhor são três, para quem tem fé o Criador está atento aos dois e acompanha-os. Se é deslumbramento o tempo de namoro, é beleza e encantamento a vida de casal. São dois mini-projectos de vida que se cruzam e constroem um Projecto de Vida, de amor, de perdão, de ajuda, de apoio, de entrega... São sentimentos que não se exprimem por palavras mas sim por actos vividos na intimidade do lar e do casal. Amar e ser amado é o mais belo dos sentimentos que a condição humana pode experimentar.

segunda-feira, março 05, 2007

Novos Tempos

Será que se pode falar em derrotas e vitórias? Quem ganha e quem perde? Não é fácil afirmar, de forma coerente e impreterível, que uma decisão tomada é uma vitória ou é uma derrota. Cada dia surgem caminhos de dúvida que oscilam entre o que é certo para uns e é errado para outros. Que caminho seguir? Que encontro ter? Perde-se o conceito do eu, ser biológico, social, cultural, religioso, que de uma forma integral nasce, cresce, aprende e educa, toda uma sociedade. A sociedade corre o risco de perder referências, filosofias de vida, que assentem na verdade e na liberdade dos filhos de Deus. Sacralizaram-se festas pagãs, tempos pagãos, calendários pagãos, de forma a reforçar uma certeza, a de que Cristo está vivo e vive em cada um dos Homens. No entanto, a sociedade, os homens e as mulheres deste tempo começam a paganizar essas festas sacras, esses tempos sacros, esses calendário sacros, perde-se a relação com o tempo e o espaço da evolução cósmica, do passar dos dias, dos meses, dos anos, que tanto estavam relacionados com o Homem e a sua vida. As festas cristãs são essencialmente festas escolares ou dias de interrupção laboral em vez de momentos para o Homem glorificar Deus, a Vida, o Amor e a Paz. Diz-se que os estados são laicos, mas usam e abusam do Dia de Descanso por excelência, do Dia do Senhor, do Dies Domini, do Domingo, para inclusivamente referendar a vida e até quem sabe a morte. Os crentes, os cristãos, têm uma árdua tarefa, têm de reforçar a sacralização do tempo e da vida. É urgente uma afirmação coesa e profunda do eu religioso e empenhado socialmente no crescimento do ser humano, de uma forma biológica, social, cultural, ecológica, religiosa, integra de valores de cidadania e de entrega ao outro num encontro total de vidas, amor e paz. É este o sentido do Ressuscitado, do Cristo que viveu e vive no mundo, da verdadeira Vida. Se se souber reconhecer os novos erros que se cometem contra a humanidade, está-se a fazer encontro com Deus, com o verdadeiro sentido da ressurreição, que é um encontro entre Cristo e a Primavera da vida e do planeta, entre o Inverno e o desflorar de novas sensações, de novos seres, de novas cores e cheiros que abundam os nosso campos.