segunda-feira, março 05, 2007

Novos Tempos

Será que se pode falar em derrotas e vitórias? Quem ganha e quem perde? Não é fácil afirmar, de forma coerente e impreterível, que uma decisão tomada é uma vitória ou é uma derrota. Cada dia surgem caminhos de dúvida que oscilam entre o que é certo para uns e é errado para outros. Que caminho seguir? Que encontro ter? Perde-se o conceito do eu, ser biológico, social, cultural, religioso, que de uma forma integral nasce, cresce, aprende e educa, toda uma sociedade. A sociedade corre o risco de perder referências, filosofias de vida, que assentem na verdade e na liberdade dos filhos de Deus. Sacralizaram-se festas pagãs, tempos pagãos, calendários pagãos, de forma a reforçar uma certeza, a de que Cristo está vivo e vive em cada um dos Homens. No entanto, a sociedade, os homens e as mulheres deste tempo começam a paganizar essas festas sacras, esses tempos sacros, esses calendário sacros, perde-se a relação com o tempo e o espaço da evolução cósmica, do passar dos dias, dos meses, dos anos, que tanto estavam relacionados com o Homem e a sua vida. As festas cristãs são essencialmente festas escolares ou dias de interrupção laboral em vez de momentos para o Homem glorificar Deus, a Vida, o Amor e a Paz. Diz-se que os estados são laicos, mas usam e abusam do Dia de Descanso por excelência, do Dia do Senhor, do Dies Domini, do Domingo, para inclusivamente referendar a vida e até quem sabe a morte. Os crentes, os cristãos, têm uma árdua tarefa, têm de reforçar a sacralização do tempo e da vida. É urgente uma afirmação coesa e profunda do eu religioso e empenhado socialmente no crescimento do ser humano, de uma forma biológica, social, cultural, ecológica, religiosa, integra de valores de cidadania e de entrega ao outro num encontro total de vidas, amor e paz. É este o sentido do Ressuscitado, do Cristo que viveu e vive no mundo, da verdadeira Vida. Se se souber reconhecer os novos erros que se cometem contra a humanidade, está-se a fazer encontro com Deus, com o verdadeiro sentido da ressurreição, que é um encontro entre Cristo e a Primavera da vida e do planeta, entre o Inverno e o desflorar de novas sensações, de novos seres, de novas cores e cheiros que abundam os nosso campos.

1 comentário:

João J. disse...

para quando um renascer das cinzas? Isto está um bocadinho morto.. e já vi mofo a formar-se ali a um canto...