terça-feira, julho 19, 2005

Formar e Informar
Todos temos consciência de que para sobreviver precisamos de estar informados e bem formados de modo a respondermos às solicitações da sociedade. Mas nem sempre estamos preparados para partilhar com fundamento as nossas opiniões de modo a colaborarmos na construção de um mundo com alicerces bem implantados.
Todos devemos construir uma opinião com base nas descobertas que fazemos, no entanto, enquanto crianças, adolescentes, jovens e adultos temos a oportunidade de partir à descoberta de novos saberes e de orientar a nossa vida numa cruzada de encontros e desencontros com as ciências que nos regem.
Essa oportunidade é-nos dada com a vida que temos. Mas será que a aproveitamos? Será que encontramos a nossa orientação para uma melhor formação e capacidade de estarmos informados?
Numa pequena estória talvez encontremos a razão pela qual as crianças e os adolescentes de hoje não encontram orientação para partirem à descoberta dos seus sonhos. Uma criança de pai incógnito ou de quem não se sabe o paradeiro e a mãe incapacitada mentalmente de orientar as suas crianças. Vive com uma avó que não sabe ler nem escrever e que representa na escola o encarregado de educação que é um familiar que vive longe e mal aparece para se encarregar da educação daquela criança.
Quantas famílias não são assim? Quantas crianças não vivem desencontradas dos seus encontros?
Não é possível construir uma sociedade alicerçada na formação e na informação quando se permite que uma criança cresça sozinha sem um apoio salutar dos mais próximos e se permita que apenas a escola e alguns dos seus intervenientes façam o trabalho todo.
A sociedade e toda a comunidade educativa têm de intervir activamente no crescimento de todos os cidadãos, mas também é necessário que os mais próximos de cada um tenham um papel preponderante na construção de um mundo melhor. Se esses não estão capacitados então teremos de reformular as nossas escolas, o nosso ensino e os docentes terão de se ocupar, num regime de tutorado, de alguns casos mais desfavorecidos de modo a que as crianças e os adolescentes aprendam a sonhar, a crescer, a viver e a procurarem a sua formação com coerência e sedimentada na rocha e não na areia.
Por vezes alguém diz que estamos perante uma “geração rasca”. Talvez não seja esta geração que é rasca por natureza, mas são os mais velhos que se esquecem que eles existem e que precisam de encontros e desencontros para aprenderem que a vida é bela e não vale a pena desperdiçá-la.

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